Olha, falar do Van der Sar me traz umas lembranças… não do futebol em si, quer dizer, não só disso. Me lembra de uma época específica na minha vida, lá no trabalho antigo.

Tinha um projeto, cara… um verdadeiro parto de ouriço. Era um sistema novo que a gente tava implementando, e como sempre, prazo apertado, recurso faltando, aquela bagunça organizada que toda firma tem. Eu tava na linha de frente, mexendo nuns códigos que ninguém mais queria pôr a mão.
A Pressão Monstra
A coisa começou a dar errado, claro. Tudo que podia falhar, falhou. O sistema caía, dava erro em tela, perdia dado. Uma beleza. A diretoria vinha cobrar todo dia, cliente ligando desesperado. O clima ficou pesado, sabe? Ninguém dormia direito. Lembro de uma reunião, o chefe virou e falou algo tipo: “Precisamos de um milagre aqui, tipo um Van der Sar pegando aquele pênalti impossível, senão a casa cai”. Na hora deu uma risadinha geral, mas era riso de nervoso.
Aí começou a saga:
- Varar noite: Passei várias noites em claro, eu e mais uns dois malucos. A base era café e salgadinho de máquina.
- Caçar bug: Ficamos horas olhando log, debugando linha por linha. Parecia procurar agulha num palheiro gigante.
- Refazer coisa: Várias partes do código tivemos que jogar fora e começar do zero, porque simplesmente não tinha conserto.
- Bater boca: Rolou discussão, claro. Fulano achava que o erro era X, Ciclano teimava que era Y. Normal, na pressão a gente fica com pavio curto.
- Testar de novo e de novo: Cada coisinha que a gente arrumava, tinha que testar tudo de novo, com medo de ter quebrado outra coisa.
Foi um período muito desgastante. A gente se sentia mesmo como um goleiro tentando defender tudo quanto é chute, vindo de tudo quanto é lado. Era uma defesa atrás da outra, mas parecia que nunca ia acabar.
O Que Ficou Disso Tudo
No final das contas? A gente conseguiu entregar. Não foi bonito, não foi perfeito, teve um monte de gambiarra que depois deu mais dor de cabeça. Mas entregamos. Só que o custo foi alto. Eu fiquei exausto, totalmente esgotado. Vi que aquele ritmo maluco, essa pressão de ter que ser o “herói salvador” toda hora, não era pra mim. Não valia a pena a saúde que ia embora.

Pouco tempo depois, acabei saindo daquela empresa. Procurei algo mais tranquilo, com um ritmo mais humano. Hoje, quando ouço falar do Van der Sar, lembro da classe dele, da calma… e penso que no trabalho, às vezes, é melhor ter uma defesa bem organizada do que precisar de um goleiro fazendo milagre toda hora. A gente não é máquina, né?
Então, essa foi minha experiência meio maluca que esse nome me faz lembrar. Nada a ver com futebol diretamente, mas totalmente sobre pressão e ter que “defender o pênalti” na vida real.