Olha, essa época de Olimpíadas sempre mexe comigo, sabe? Não que eu seja atleta profissional nem nada disso, longe disso! Mas me faz lembrar de uma vez que eu cismei que ia atingir meu próprio ‘pico olímpico’ numa corrida de rua aqui da cidade.
A Decisão Maluca
Tudo começou numa conversa de bar, como muitas grandes ideias, né? Um amigo comentou da corrida, 10km. Eu, que mal corria pra pegar o ônibus, soltei um “Ah, 10km? Tranquilo!”. No dia seguinte, a ressaca moral e física bateu, mas eu já tinha falado, né? Fui lá e me inscrevi. Pensei: “Agora não tem mais volta”.
O Começo do Sofrimento (Digo, Treino)
Gente, que perrengue. Acordar cedo era um parto. Meu corpo parecia que tinha sido atropelado por um caminhão nas primeiras semanas. Eu voltava pra casa bufando, pensando seriamente em desistir umas cinco vezes por dia.
- Primeira semana: Mal aguentei correr 2km direto. Vergonhoso.
- Segunda semana: Consegui 3km, mas parecia que ia morrer no final.
- Terceira semana: Comecei a pegar um ritmozinho. Pensei: “Opa, talvez eu não morra tentando”.
Mudei umas coisinhas na alimentação também, nada radical. Cortei o refri durante a semana, tentei comer um pouco melhor. Pequenas coisas que, no fim, fizeram diferença.
A Rotina Vira Hábito
Aí o negócio começou a ficar interessante. O corpo acostumou, ou sei lá, talvez a mente tenha parado de reclamar tanto. Comecei a sentir prazer em correr. Estranho, né? Ver o sol nascer na rua, sentir o vento na cara… Tinha dias ruins, claro. Dias de chuva, de preguiça monstra. Mas eu ia. Colocava o tênis e ia. Fui aumentando a distância devagarzinho, 5km, 7km… até que um dia, num treino normal de sábado, eu fiz os 10km! Cheguei em casa me sentindo o próprio campeão.
O Dia D: Meu Pico Pessoal
Chegou o dia da corrida oficial. Uma muvuca de gente, aquela energia boa no ar. Eu estava nervoso pra caramba, mas também animado. Dei a largada e fui no meu ritmo. Não queria quebrar nem me arrastar. Fui curtindo o caminho, vendo a galera torcendo. Quando passei pela placa de 9km, me deu um gás! Acelerei um pouco e cruzei a linha de chegada. Cara, que sensação!
Meu tempo? Nem foi nada demais perto dos profissionais, óbvio. Mas pra mim, que meses antes mal corria 2km, foi uma vitória absurda. Foi o meu pico. A minha ‘olimpíada’ pessoal. Superei meu próprio limite, e isso que importou.
O Que Ficou Disso Tudo
Pois é. Hoje eu não sou mais aquele corredor dedicado, a rotina apertou de novo. Mas aquela experiência me mostrou que a gente consegue fazer umas coisas que nem imagina. É só ter um pouco de teimosia, ou disciplina, como preferir chamar. Aquele sentimento de cruzar a linha de chegada, sabendo do esforço que foi chegar ali, isso aí ninguém tira de mim. Valeu cada gota de suor.