Outro dia desses, estava aqui de bobeira, zapeando os canais, e parei num jogo do Sesi Bauru. Rapaz, que time arrumado, né? As meninas jogam muito, saque forte, bloqueio esperto. Fiquei olhando aquilo e me bateu uma nostalgia, uma vontade de juntar a turma pra bater uma bola também, que nem antigamente.
Aí já sabe, né? A ideia brota na cabeça e não sai mais. Pensei: “Quer saber? Vou organizar um mini torneio aqui no bairro mesmo”. Parecia simples na minha cabeça. Ingenuidade pura.
A Saga Começa
Primeiro passo: arrumar um lugar. Putz, que sufoco. Fui na pracinha aqui perto, a quadra tava sempre cheia, um monte de molecada jogando. Tentei ver umas quadras particulares pra alugar. Meu amigo, os caras acham que a gente é rico? Um absurdo de caro por uma hora.
Depois de muito procurar, achei uma quadra num clube mais afastado, o preço era mais ou menos. Reservei pra um sábado à tarde.
Segundo passo: convocar a galera. Criei um grupo no zap, chamei todo mundo que eu lembrava que gostava de jogar ou que só topava pela resenha. A empolgação inicial foi grande, um monte de “tô dentro!”, “bora!”, “vai ser show!”. Mas aí, conforme o dia ia chegando, começaram os “ih, acho que não vou poder”, “tenho um compromisso”, “minha tia avó adoeceu”. Clássico. Dos vinte que confirmaram, sobraram uns dez.
Os Preparativos (e os Perrengues)
Beleza, dez pessoas dava pra jogar. Aí fui pensar no resto. Precisava de bola, rede (a do clube era meio capenga), água pra galera não desidratar no sol.
- Consegui uma rede emprestada com um camarada. Menos mal.
- Bola… ah, a bola. Fui numa loja de esporte, comprei uma que parecia boa e não era tão cara. Ledo engano. A bicha ovalizou no primeiro treino que tentei fazer sozinho pra “aquecer”. Tive que comprar outra, mais cara.
- Água: fiz um esquema de cada um levar a sua, mas comprei uns galões extras pra garantir.
No dia marcado, um sol de rachar. Chegamos lá na quadra, montei a rede emprestada (que deu um trabalho pra ajustar naqueles postes tortos do clube), a galera foi chegando. Tudo parecia que ia dar certo.
O Grande Dia… Ou Quase
Começamos a jogar. Times improvisados, aquela várzea gostosa, muita risada, umas cortadas que iam parar no estacionamento. Durou o quê? Uma hora. Do nada, o tempo virou. Umas nuvens pretas carregadas chegaram rápido e desabou o mundo. Um toró daqueles!
Foi um corre-corre danado pra tirar a rede, juntar as coisas, todo mundo se espremendo debaixo de um telhadinho minúsculo. Acabou o vôlei ali mesmo. Metade da galera já tinha que ir embora, outros desanimaram com a chuva.
Resumo da ópera: o grande torneio de vôlei inspirado no Sesi Bauru virou uma reunião molhada e frustrada.
Olha, vou te dizer, organizar qualquer coisinha assim dá um trabalho dos infernos. A gente vê o Sesi Bauru jogando na TV, tudo certinho, uniforme limpo, ginásio lotado, parece tão fácil. Mas pra chegar naquele nível, meu amigo, a estrutura por trás, a logística, o treino… é outra história. Deu pra sentir um pouquinho do que é tentar fazer acontecer, mesmo que numa escala minúscula e totalmente amadora.
No final das contas, a gente acabou na garagem de um dos caras, improvisou umas carnes na churrasqueira e ficou por ali mesmo, contando história e dando risada da situação toda. Vôlei que é bom, quase nada. Mas valeu pela tentativa, né? Pelo menos agora eu dou muito mais valor quando vejo um time profissional como o Sesi Bauru em quadra. É outro patamar de organização.