Então, sobre esse tal de “elinho”. Muita gente nem dá bola, acha que é só um detalhezinho, um negocinho à toa no canto da tela, saca?

Pois é, eu também pensava assim. Subestimei o coitado do “elinho”. Fui lá, todo pimpão, achando que ia resolver a parada em cinco minutos. “Ah, isso aqui? Moleza!”, pensei comigo mesmo. Quebrei a cara, e quebrei bonito.
A saga do “elinho” que não queria se ajeitar
Olha, comecei tentando o básico, né? Aquela coisa de sempre: reinicia aqui, confere ali, vê se não tem nada solto. Nada. O “elinho” continuava lá, me olhando com aquela cara de quem diz “hoje não, meu chapa”. Parecia até que tava tirando uma com a minha cara.
Primeiro, fui tentar entender o que o danado fazia, ou deveria fazer. Li uns manuais velhos que achei numa gaveta, tudo empoeirado. Não ajudou muito, pra ser sincero. Parecia que quem escreveu aquilo tava com mais pressa de ir almoçar do que de explicar as coisas.
- Depois, parti pra desmontar uma parte, com todo cuidado do mundo. Pensei: “vou olhar as entranhas do bicho”. Cada pecinha, cada fiozinho.
- Conversei com uns colegas mais antigos, aqueles que já viram de tudo nessa vida. Um deles coçou a cabeça, olhou pro “elinho” e soltou um “Rapaz, esse aí é das antigas. Boa sorte”. Ajudou horrores, como podem imaginar.
- Tentei achar alguma coisa na internet, mas como o “elinho” é um apelido que a gente deu aqui dentro, não vinha nada de útil. Só receita de bolo e vídeo de gatinho.
Passei uns bons dias nessa função. Chegava em casa e a cabeça ainda tava lá, matutando no “elinho”. Minha mulher até perguntou se eu não tava ficando meio obcecado. E talvez eu estivesse um pouco, não vou negar. É que quando uma coisa encasqueta na minha cabeça, eu quero ir até o fim.
E por que raios eu me importei tanto com um “elinho” qualquer? Podia muito bem ter deixado quieto, dito que não tinha conserto e pronto. Afinal, tinha coisa mais “importante” pra fazer, né?

Aí que tá. Lembrei de uma situação que passei anos atrás, num outro trampo. Tinha lá uma máquina que ninguém mais usava, tava encostada num canto. Diziam que não prestava, que era muito velha. Um dia, por pura curiosidade e teimosia minha, resolvi dar uma olhada nela. Passei semanas entendendo como ela funcionava, limpando, ajustando uma coisinha aqui, outra ali. Os outros me olhavam como se eu fosse louco, “perdendo tempo com sucata”.
No fim das contas, a tal “sucata” voltou a funcionar que era uma beleza. E não só isso, ela fazia uma tarefa específica muito melhor e mais rápido do que os equipamentos novos que tinham comprado. Aquilo me ensinou uma coisa: nem sempre o que parece tralha é tralha de verdade. Às vezes, só precisa de um pouco de atenção e paciência.
Voltando ao nosso “elinho” aqui. Depois de muito quebrar a cabeça, de tentar de tudo quanto é jeito, descobri o problema. Era uma coisinha mínima, um ajuste quase invisível que ninguém nunca tinha reparado. Uma pecinha que, com o tempo, tinha saído um milímetro do lugar. Um milímetro!
Lições que o “elinho” me deixou
Quando finalmente o “elinho” voltou aos eixos, deu um estalo e começou a operar como deveria, senti um alívio que nem sei explicar. Parecia que eu tinha ganhado na loteria. Mas, mais do que o conserto em si, o que ficou foi o aprendizado.
Primeiro, que a gente não deve desistir fácil das coisas. A persistência, meus amigos, muitas vezes é o que separa o “não funciona” do “agora sim!”. E segundo, que até as coisas mais simples, os “elinhos” da vida, têm seu valor e podem nos ensinar muito. É só a gente se dispor a olhar com um pouco mais de calma e curiosidade.

Agora, o “elinho” tá lá, firme e forte. E eu? Bom, eu tô aqui, pronto pra próxima encrenca que aparecer, porque sei que cada uma delas, por menor que seja, sempre traz uma história e um aprendizado novo pra gente compartilhar.