Então, né, acordei hoje e aquela coisa: Rio de Janeiro, sol batendo na janela. Pensei comigo, “quer saber? Vou pra praia”. Simples assim. Às vezes a gente complica demais, mas hoje eu só queria sentir a areia no pé e dar um mergulho.

Nem fiz grandes planos. Catei a primeira canga que vi, aquele protetor solar que já tá nas últimas – preciso comprar outro – e uma garrafa d’água. Roupa de banho por baixo da bermuda, chinelo no pé e pronto. Fui que fui. Descomplicar era a meta do dia.
Peguei um ônibus mesmo. Ah, o trânsito pra praia no Rio… quem é daqui sabe como é. Sábado, então? Mas hoje, sei lá, parece que até fluiu um pouquinho melhor. Ou talvez eu que estivesse com aquela paciência de quem só quer chegar logo no mar. Sabe aquela ansiedade boa?
Desci ali por Ipanema. Estava cheia, claro, como sempre. Rio de Janeiro em dia de sol é isso aí. Mas consegui achar um espacinho pra minha canga, nem tão perto da muvuca, nem tão longe do mar. Do jeito que eu gosto. Aquele barulhinho bom de gente conversando, criança rindo, vendedor gritando “OLHA O MATE! OLHA O BISCOITO GLOBO!”. É uma trilha sonora específica, né?
A primeira coisa que fiz foi correr pra água. Nossa, que alívio imediato. A água estava geladinha, do jeito certo pra espantar o calorão. Fiquei um tempo ali, só boiando e deixando a onda levar. Olhando pro céu, pras nuvens. Fazia tempo que eu não fazia isso, só… estar ali. Sem pensar em conta pra pagar, em trabalho, em nada. Só o mar e eu.
Depois, voltei pra canga. Fiquei observando o movimento. É curioso como a praia é um universo à parte. Tem de tudo. A galera que vem pra malhar, o pessoal que vem pra paquerar, as famílias com as crianças fazendo castelinho. Cada um na sua vibe. Eu estava na vibe de “apenas observar”.

Lembrei de quando eu era mais novo, a praia parecia diferente. Ou talvez eu que era diferente. A gente vinha em bando, fazia aquela zona. Hoje em dia, eu venho mais pra recarregar as energias, sabe? Pra dar uma pausa na cabeça. Acho que a idade vai trazendo essa necessidade de momentos mais calmos. Pelo menos pra mim.
Claro que rolou um biscoito Globo com mate. Não dá pra ir à praia no Rio e não comer biscoito Globo. É quase uma lei. Faz parte da experiência. O sol estava forte, mas com o protetor e os mergulhos ocasionais, deu pra curtir numa boa. Fiquei lendo um pouco, depois só fechei os olhos e curti o sol na pele.
Fui ficando até o sol começar a baixar, pintando o céu com aquelas cores de fim de tarde que só o Rio tem. Aquela luz dourada batendo no Morro Dois Irmãos é um espetáculo. Aí bateu aquela sensação de “missão cumprida”. Juntei minhas coisas, dei uma última olhada pro mar, agradeci e fui embora.
Voltei pra casa me sentindo outra pessoa. Mais leve, mais tranquilo. Um dia simples, sem grandes acontecimentos, mas que fez uma diferença danada. Praia hoje no Rio de Janeiro foi exatamente o que eu precisava. Às vezes, a melhor prática é só se permitir esses pequenos prazeres. Recomendo fortemente. E quem sabe amanhã eu não faço tudo de novo?