Comecei com a bola nova que comprei na loja do Zé, sabe? Aquela azul e amarela que brilha no sol. Nem esperei chegar em casa, já fui direto pra quadra do bairro. Primeira coisa: encher a bola. A bomba velha tava emperrada, demorei meia-hora pra conseguir botar ar direito. Suando feito louco debaixo daquele calorão das três da tarde.
A parte do toque pra cima
Coloquei a bola na minha frente e tentei aquele lance básico de fazer a bola subir reta. Que odeio essa parte, sério! Nos primeiros dez minutos:
- A bola voou pro vizinho duas vezes
- Minhas unhas quase quebraram quando bati errado
- Aquele vento chato jogava a bola toda hora na direção do córrego
Solução? Flexionei mais os joelhos e forcei os braços pra ficarem duros como barras de ferro. Parece bobo, mas ajudou. A bola começou a subir menos torta, tipo uns dez centímetros melhor. Já comemorei igual maluco!
Quando a gente saca
Aí peguei a bola pra treinar saque. Tentei imitar aqueles jogadores que batem com toda a força. Erro enorme! A bola foi parar no lote baldio atrás da quadra, quase quebra uma janela lá. Desci do mundão a zero.
Mudei total de estratégia:
- Parei de querer ser o super-homem
- Coloquei o peso só na perna de trás
- Bati de leve no meio da bola em vez de socar
Nem acreditei quando a bola passou raspando pela rede pela primeira vez! Fiquei tão animado que chamei o guarda da esquina pra ver. O cara até deu um joinha.
O pior momento
Tentei juntar tudo pra fazer uma sequência básica: recepção + levantamento. Total fracasso, amigos! A bola batia no meu antebraço e voava igual passarinho assustado. Até o gato que vive na quadra fugiu de mim. Parei umas cinco vezes pra beber água e xingar baixo. Quase joguei a bola no muro.
O click que salvou tudo
Quando já tava quase desistindo, lembrei do pedaço de giz que tinha no bolso. Desenhei uma cruz no chão onde meus pés deveriam ficar. E magicamente:
- Os pés pararam de dançar samba
- Meu corpo virou um triângulo firme
- A bola passou a quicar certinho no antebraço
Consegui três toques seguidos sem errar! Parecia criança ganhando bicicleta no Natal. Voltei pra casa com o braço vermelho mas feliz pra cacete. Ainda sou um zé ruela jogando? Sou sim, mas pelo menos hoje a bola me obedeceu mais.