Comecei essa pesquisa por pura curiosidade mesmo. Tava tomando um café na padaria quando dois moleques estavam discutindo sobre basquete, um dizia que veio com os americanos, outro jurou que era coisa de italiano. Aí pensei: “Será que alguém sabe mesmo a verdade?” Decidi ir atrás da história pra valer.

Primeira parada: a biblioteca esquecida
Fui direto naquela biblioteca antiga do centro que quase ninguém visita mais. O cheiro de livro mofado era forte, mas revirei as estantes atrás de qualquer coisa sobre esportes no Brasil. Achei uns livros caindo aos pedaços, nada sobre basquete. O senhor dos óculos grossos que cuida do lugar só me disse: “Ah moço, isso aí é coisa de gringo, difícil achar registro”. Frustrante, mas não desisti.
O pulo do gato no sebo de usados
Tinha um sebo escondido num beco que sempre me surpreende. Lá, debaixo de uma pilha de revistas de futebol, encontrei uma edição velhíssima da “Revista de Educação Física”. Quase gritei quando vi uma matéria de 1936 falando sobre um tal de Augusto Shaw! O dono do sebo até estranhou minha animação: “Nunca vi ninguém tão feliz por achar papel amarelo”.
A história que ninguém conta
Eis o que descobri fuçando aquelas páginas frágeis:
Esse Augusto Shaw era um maluco interessante:
- Veio dos Estados Unidos em 1896 – nem navio decente tinha direito
- Leccionava no Mackenzie College em SP – alunos riram da cesta improvisada
- Primeiras cestas eram caixas de fruta! – bola ficava presa toda hora
O detalhe mais maneiro? Os brasileiros chamavam o esporte de “bola-ao-cesto” no começo, que nome esquisito né?

Minha conclusão depois dessa caçada
Depois de revirar sebos, bibliotecas e até falar com um neto de um aluno do Shaw, entendi uma coisa: a gente inventa mil histórias porque ninguém se importava em registrar essas coisas antigamente. Os jornais só falavam de futebol! Se não fossem revistas velhas e memórias de avós, essa história do professor americano teria sumido feito poeira.
Fica a dica: da próxima vez que jogarem basquete na quadra, lembrem que começou com um gringo teimoso e umas caixas de madeira podre. História boa sempre vale a busca!