Olha, vou te contar, quando comecei a me meter com esgrima, achei que ia ser só sair dando espadada por aí. Mas que nada! A primeira coisa que me pegou foi entender as regras. No começo, eu via o pessoal lutando, luzes acendendo, e não fazia ideia do porquê um ponto era de um e não do outro.

Fui lá, botei o equipamento, peguei a arma – que eles chamam de florete, espada ou sabre, já começa a complicação aí – e tentei entender na prática. O instrutor falando, falando, e eu tentando absorver. A primeira coisa que martelou na minha cabeça: as regras mudam MUITO dependendo da arma!
Minha saga pra entender cada arma
Comecei a treinar mais sério e a participar de uns assaltos (é como chamam os combates de treino). Aí a coisa pegou:
- Florete: Me explicaram que só vale tocar no tronco do adversário, aquela área do colete metálico. Beleza. Mas aí veio a tal da “prioridade”. Cara, isso deu um nó na minha cabeça! Não basta só tocar, tem que ter a “vez” de atacar. Se o outro tá atacando e você só espeta ele no meio do caminho sem se defender direito primeiro, o ponto não é seu, mesmo que sua luz acenda. Tive que errar muito pra começar a pegar o jeito dessa regra.
- Espada: Depois fui pra espada. Pensei: “Ah, essa vai ser fácil”. E em parte é. Vale tocar em qualquer lugar do corpo, da cabeça aos pés. E o melhor: não tem a bendita prioridade! Quem toca primeiro, leva o ponto. Se os dois tocam ao mesmo tempo (numa fração de segundo muito pequena), ponto pros dois! Pareceu mais simples, mais direto ao ponto, literalmente.
- Sabre: Aí veio o sabre. Esse parece coisa de filme de pirata antigo. Vale tocar da cintura pra cima, incluindo braços e cabeça. E pode tocar com a ponta ou com a lâmina (tipo um corte). Mas… adivinha? Volta a tal da prioridade! Igual no florete, tem a regra de quem tem a “vez” de atacar. Confesso que essa mistura de poder cortar e ter prioridade ainda me confunde às vezes nos combates mais rápidos.
Outras coisinhas que fui aprendendo na marra
Além das regras de toque pra cada arma, tem mais um monte de detalhe. A pista, aquele corredor comprido onde a gente luta. Se você sai pela lateral, perde terreno, tem que voltar. Se você sai pela linha de fundo, ponto pro adversário! Simples, mas na hora do combate, com a adrenalina, vira e mexe eu pisava fora sem querer no começo.
E o árbitro? Ele tem um monte de sinais com as mãos pra indicar quem fez o quê, se o toque foi válido, se teve prioridade, se alguém cometeu alguma infração (tipo cobrir o alvo válido com a mão que não segura a arma). Tive que ficar observando muito os combates dos mais experientes e perguntando pra entender o que aqueles gestos significavam.
Enfim, entender as regras da esgrima foi um processo. Não foi de um dia pro outro. Foi assistindo, praticando, errando, levando ponto que eu achava que era meu, perguntando pro pessoal mais antigo. Hoje já me sinto bem mais confortável, consigo assistir um combate e geralmente entender o que tá rolando. Mas confesso, sempre tem um detalhezinho ou outro que a gente aprende ou relembra. É um esporte bem mais complexo do que parece de fora, muito estratégico. Não é só reflexo, é muita cabeça e conhecimento das regras!
