Oi pessoal, tudo certo por aí? Hoje eu vim aqui pra contar uma história, uma saga minha com um negócio chamado “moroño”. Sabe quando você ouve um nome esquisito e fica curioso? Foi bem assim.
Escutei essa palavra numa roda de conversa, alguém mencionou de passagem, falando de uma receita antiga, meio rústica. Não dei muita bola na hora, mas a palavra ficou martelando na minha cabeça: moroño, moroño… O que seria isso? Comida? Uma planta? Um bicho? A curiosidade bateu forte.
Como sou teimoso e gosto de experimentar, decidi que ia tentar descobrir e, quem sabe, fazer o tal do moroño em casa. Fui pesquisar, mas não achei quase nada. Umas poucas referências, tudo muito vago. Parecia ser um tipo de pão ou bolo mais bruto, feito meio no olho, sem muita frescura. Pensei: “É isso mesmo que eu gosto, coisa raiz!”.
Mão na Massa
Separei os ingredientes que achei que fariam sentido, bem no improviso mesmo. Peguei farinha de trigo, um pouco de fubá que tinha no armário, ovos, açúcar mascavo (porque achei que combinaria com a ideia de ser rústico), fermento de pão, uma pitada de sal e um pouco de leite. Nada de medida exata, fui sentindo a coisa.
Comecei misturando os secos numa bacia grande. Depois joguei os ovos e um pouco de leite. Aí começou a aventura de verdade. A massa ficou uma coisa estranha, meio pegajosa, meio seca. Botei mais leite, grudou tudo na mão. Botei mais farinha, ficou pesada. Fiquei naquela briga clássica com a massa, sovando, adicionando um pouquinho disso e daquilo, tentando sentir o ponto certo.
Sovei por um bom tempo, até o braço começar a reclamar. A massa não ficou lisinha, bonita, como de padaria. Ficou meio irregular, com cara de quem deu trabalho mesmo. Modelei de um jeito meio disforme, como um pão grande e chato, e coloquei numa forma untada.

Deixei descansar um tempo, mas não cresceu muito não. Já estava meio desanimado, pensando que o tal do moroño ia virar uma pedra. Mas já que comecei, tinha que terminar.
A Hora da Verdade
Levei pro forno pré-aquecido. O cheiro que começou a sair era interessante, uma mistura do fubá com o açúcar mascavo. Fiquei vigiando pela janelinha do fogão. Demorou pra assar, mais do que eu imaginava.
Quando tirei, olha… Bonito não estava. Ficou com uma cor bem escura, meio rústico até demais, com umas rachaduras em cima. Pensei: “Pronto, fiz um tijolo comestível”. Deixei esfriar um pouco, a ansiedade batendo.
Cortei uma fatia. Por dentro, ele era denso, compacto. A cor era amarelada por causa do fubá. Levei um pedaço à boca, meio sem esperança.
E não é que o negócio era bom? Surpreendentemente bom! O sabor era diferente de tudo que eu já tinha provado. Meio adocicado, mas com o toque do fubá bem presente. Não era fofinho, era mais “mastigável”, sabe? Com um café passado na hora, ficou perfeito.
Então, essa foi minha experiência com o “moroño”. Deu um trabalhão, quase desisti, o resultado final não foi nenhuma obra de arte, mas o sabor compensou tudo. Às vezes, essas aventuras na cozinha, meio sem receita, são as que mais ensinam e divertem. A gente aprende a sentir os ingredientes, a improvisar. E no fim, ainda come um pãozinho diferente e cheio de história.