Como é que eu me meti com essa de Brasil nas Olimpíadas de Inverno?
Olha, vou te falar, essa história de Brasil em Olimpíada de Inverno sempre me pareceu uma coisa meio… exótica, pra não dizer outra coisa. A gente aqui, no calorzão, samba, futebol… neve pra nós é quase lenda, coisa de filme. Eu mesmo, confesso, era daqueles que dava uma risadinha de canto quando ouvia falar.
Mas aí, sabe como é a vida? Dá umas reviravoltas. Teve uma época aí que eu tava com mais tempo livre do que gostaria, uma fase meio parada, e comecei a fuçar coisas aleatórias na internet pra passar o tempo. Um dia, do nada, me deparei com um artigo sobre os nossos atletas de inverno. Aquilo me pegou de um jeito diferente. Pensei: “Peraí, como é que essa galera faz pra treinar? De onde sai dinheiro? Que tipo de modalidade a gente compete?”
Aí começou minha ‘jornada’ de investigação, meu ‘treino’ particular pra entender esse universo.
Primeiro, mergulhei de cabeça no histórico. Fui atrás de quantas vezes o Brasil já tinha participado, quais atletas tinham ido. Descobri umas histórias de pioneirismo que, olha, de arrepiar. Gente que começou do zero, com pouquíssimo apoio.
Depois, encarei os esportes em si. Porque, vamos combinar, bobsled, curling, esqui cross-country… não é exatamente o tipo de coisa que a gente cresce assistindo na Sessão da Tarde, né? Passei horas vendo vídeos, lendo regras, tentando entender a dinâmica. Teve um dia que me peguei até gesticulando sozinho, tentando imitar os movimentos do curling com umas vassouras e umas panelas velhas no quintal. Minha esposa achou que eu tinha pirado de vez, mas era só a curiosidade falando mais alto.
- Assisti documentários sobre a preparação deles.
- Li entrevistas, depoimentos.
- Comecei a seguir alguns atletas nas redes sociais pra ver o dia a dia.
E o que eu vi? Muita, mas muita ralação. Pensa só: treinar pra esporte de neve num país tropical. A maioria tem que ir pra fora, gastar o que não tem, correr atrás de patrocínio que muitas vezes não vem. É uma luta diária, uma teimosia danada.
E o que eu ‘ganhei’ com essa minha ‘prática’?
Olha, mudei completamente minha perspectiva. Aquela risadinha de canto sumiu. No lugar, surgiu uma admiração gigante por essa turma. Não é sobre ganhar medalha toda hora, porque a gente sabe que a competição é brutal e as potências são outras. É sobre a garra, sobre a coragem de estar lá, de levar a bandeira do Brasil pra um cenário tão diferente do nosso.
Entendi que o espírito olímpico, pra esses atletas, é elevado à máxima potência. É a superação de desafios que a gente nem imagina. É mostrar que brasileiro também pode encarar o frio, o gelo, e fazer bonito com as condições que tem.
Hoje, quando vejo qualquer notícia sobre o Brasil nas Olimpíadas de Inverno, não penso mais em piada. Penso na Isabel Clark no snowboard, no trenó do bobsled descendo a montanha, na galera do esqui. Lembro da minha ‘investigação’ e de como é fácil julgar sem conhecer.
Então, essa foi minha ‘prática’: fuçar, aprender e, principalmente, respeitar. E quer saber? Valeu cada minuto. Me fez ver o esporte e a dedicação humana com outros olhos. E, de quebra, agora eu até entendo um pouquinho de curling. Quem diria, né?