Então, esses dias me bateu uma vontade doida de voltar pra Hoenn. Sabe como é, né? A gente fica mais velho, a vida corrida, e dá uma saudade daquele tempo mais simples. Peguei meu GBA empoeirado aqui, aquele modelo azul transparente ainda, e coloquei pra carregar.

Decidi que não ia só zerar o jogo de novo, como já fiz umas trocentas vezes. Queria algo diferente, algo que na época, moleque, eu não tive paciência ou habilidade pra fazer. Lembrei da maldita Battle Frontier lá do Emerald. Nossa, como eu sofri naquilo.
A Saga na Battle Frontier
Comecei a jornada de novo, escolhi o Torchic dessa vez, pra variar. Passei pelos ginásios rapidinho, a memória muscular ainda funcionava bem pra saber onde ir e o que fazer. Mas o foco era outro. Assim que liberei a Frontier, fui direto pra lá.
Meu plano era simples: pegar pelo menos os símbolos de prata. Fácil, né? Só que não.
- Comecei pela Battle Factory. Aquilo é pura sorte, peguei uns times tão ruins que dava vontade de chorar. Perdi na vigésima luta umas três vezes seguidas. Frustrante demais.
- Depois tentei a Battle Pike. A sorte continuou me odiando. Sala com status negativo, sala com Pokémon forte… parecia que a Dama da Pike tava rindo da minha cara.
- A Battle Arena foi menos pior, mas exigia uma estratégia que eu já nem lembrava direito. Tive que pesquisar umas dicas na marra.
- A Battle Pyramid era um inferno. Escuro, item espalhado, Pokémon selvagem forte… Fiquei perdido lá dentro mais vezes do que gostaria de admitir.
Teve uma hora que quase desisti. Sério mesmo. Fiquei pensando: “pra que esse sofrimento todo? É só um jogo”. Mas aí lembrei de um perrengue que passei no trabalho uns anos atrás. Um projeto que ninguém botava fé, cheio de problema, tudo dando errado. Parecia a Battle Factory me dando um time só com Magikarp. Mas a gente insistiu, quebrou a cabeça, e no final deu certo. Aquilo me deu um gás.
Voltei pro GBA com outra mentalidade. Não era mais só pelo jogo, era pela teimosia. Comecei a treinar uns Pokémon específicos, pensando em cada desafio da Frontier. Breedar demorou um bocado, mas fui fazendo com calma, nos intervalos.

Engraçado que enquanto eu tava nessa luta na Battle Frontier, achei umas fotos antigas aqui em casa. Eu, mais novo, jogando esse mesmo Emerald no banco de trás do carro numa viagem. Nem lembrava dessa foto. Aquele tempo parecia tão mais descomplicado, né? A maior preocupação era se a bateria do GBA ia durar.
Finalmente, um Alívio
Depois de muita tentativa e erro, e uma dose cavalar de paciência, consegui pegar alguns símbolos de prata. Não todos, confesso. A Battle Pyramid ainda me assombra. Mas a sensação de vencer aqueles desafios que antes pareciam impossíveis foi muito boa.
Olha, voltar pra Hoenn foi uma viagem. Não só pelos pixels na tela, mas pelas lembranças que trouxe. Foi um jeito de desconectar da correria e, ao mesmo tempo, lembrar que persistir vale a pena, mesmo que seja só pra ganhar um símbolo virtual num jogo de mais de quinze anos atrás. Às vezes, essas pequenas vitórias bobas são o que a gente precisa.