Olha, falar sobre o Charlison… rapaz, que figura. Não é nem querendo falar mal, mas a experiência que tive com ele me marcou de um jeito, sabe? Foi um processo daqueles.

Tudo começou quando a gente precisou integrar umas partes do sistema lá na firma antiga. Eu fiquei responsável por uma parte, ele por outra que dependia da minha. No papel, tudo certo. Mas na prática…
Primeiro, tentei alinhar com ele como faríamos a comunicação entre os módulos. Fui na mesa dele, abri o código, mostrei a documentação que eu tinha preparado. Pensei: “tranquilo, né? Coisa básica”. Que nada! O Charlison olhou por cima, falou que já sabia como fazer, que o jeito dele era mais eficiente. Confiança é bom, mas ali parecia outra coisa.
Beleza, dei um voto de confiança. Deixei ele seguir do jeito dele. Passou uma semana, fui testar a integração. Cadê? Nada funcionava. Fui checar o que ele tinha feito. O código dele simplesmente ignorava o padrão que a gente tinha combinado pro resto do projeto. Completamente diferente.
Lá vou eu de novo. Chamei pra conversar, dessa vez com mais calma. Mostrei o erro, expliquei por que não encaixava. Ele deu uma desculpa qualquer, disse que era um detalhe, que arrumava rápido. Beleza de novo. Mais uns dias, testei de novo. Continuava errado, só que de um jeito diferente. Parecia que ele fazia de propósito, sei lá.
O processo pra fazer funcionar
Aí não deu mais. Percebi que conversar não ia resolver totalmente. O jeito foi mudar a tática. O que eu fiz?

- Documentei tudo: Cada passo da integração, cada ponto de contato entre os módulos, com exemplos de código e o resultado esperado. Fiz quase um manual de instruções.
- Reunião formal: Marquei uma reunião, chamei nosso gestor junto. Apresentei o problema, a documentação, e o que precisava ser feito, de forma bem objetiva.
- Acompanhamento de perto: Depois da reunião, fiquei monitorando. Todo dia perguntava como estava o andamento, se precisava de ajuda (mesmo sabendo que ele provavelmente não pediria).
Foi um saco? Foi. Desgastante pra caramba. Parecia que eu tava gerenciando uma criança teimosa, não um colega de trabalho. Mas, no fim, com essa pressão e o gestor ciente, ele acabou fazendo o que precisava ser feito, do jeito certo.
A entrega final atrasou um pouco por causa disso tudo, mas saiu. Só que a relação com o Charlison ficou estremecida, claro. Ninguém gosta de ser microgerenciado, mas também ninguém gosta de ter o trabalho empacado por teimosia alheia.
Essa história toda com o Charlison me fez pensar muito. Não adianta ser bom tecnicamente se você não sabe trabalhar em equipe, se não sabe ouvir, se acha que só o seu jeito é o certo. Isso só atrapalha. No fim das contas, o Charlison acabou saindo da empresa um tempo depois. Mas a lembrança desse perrengue ficou. Pra mim, foi um aprendizado na marra sobre como lidar com gente difícil e a importância de ter processo e documentação pra se resguardar.