Comecei a me interessar pela história da escalada esportiva por acidente, quando tentei achar umas fotos antigas na biblioteca da cidade. Nada organizado, só abri uns livros empoeirados de montanhismo dos anos 80. Aí descobri que os caras antigamente usavam sapatênis comum pra escalar paredão!
A bagunça que virou
Resolvi perguntar pro instrutor da minha academia de escalada. O maluco soltou uma risada e disse: “Naquele tempo, a gente improvisava tudo“. Fiquei de queixo caído quando ele mostrou fotos das primeiras vias em El Capitan – os equipamentos pareciam sucata de ferro velho.
- Ancoragem era feito com corda enfiada em buraco de pedra
- Capacete? Nem pensar, chapéu de palha servia
- Grampo enferrujado colocado na marretada
Isso me deu vontade de ir direto na fonte. Fui no centro de documentação esportiva tentar achar registros. Adivinha? Tava tudo espalhado em caixas de sapato com rótulo “material sem importância”. Demorei uma semana só pra achar um diário de escalada dos anos 70.
O quebre-cabeça do passado
Consegui marcar um papo com uma lenda viva da escalada brasileira. O véio de 78 anos chegou com uma pasta de fotos amareladas. Mas aí veio o problema: cada foto tinha uma história diferente, e o tempo apagou os detalhes na cabeça dele. Uma hora ele dizia que foi em 1965, depois mudava pra 1972. Confusão total!
A virada aconteceu quando achei uma coleção de revistas antigas no sebo. Comparando as datas das publicações com os relatos orais, finalmente encaixei as peças. O boom mesmo foi quando as academias começaram a surgir nos anos 90, transformando o que era atividade de “louco” em esporte.
Paralelo inesperado
Na última fase, tive que parar tudo por causa da chuva. Minha casa virou um canteiro de obras depois do telhado vazar, e os documentos que eu tinha separado quase foram pro espaço com o ventilador caindo. Enquanto esperava o reparo, pensei numas coisas:
- A escalada evoluiu igual conserto de casa – cada geração inventa solução nova
- Registro histórico é igual telhado furado: se não cuidar, estraga
- As fotos antigas me lembraram do meu avô remendando telha com lata de Nescau
Terminei tudo com os documentos secando no varal, enquanto anotava o que faltava. Descobri que a história da escalada não tá nos livros – tá na memória dos veteranos. Eles são os últimos guardiões de uma época que a gente só conhece por fotos borradas.