Bom, hoje resolvi falar sobre uma aventura que me deixou com os cabelos em pé. Tudo começou quando aquele trator velho aqui da roça decidiu zoar de novo. Nem sei porque ainda tento dar jeito nesse moído. Mas vamos lá, passo a passo como foi.
A Fase do Desespero
Acordei cedão com planos de capinar o pasto inteiro. Fui direto pro galpão, dei a chave no Michel Trator (sim, dei nome pra ele, coisa de doido). Aí o bichinho faz: “tá-tá-tá-TÁ” e morreu. Nada! Tentei dar partida umas vinte vezes. Só ouvia aquele ronco cansado, tipo um velho tossindo depois de subir ladeira. Minha cabeça tava explodindo já.
Mexendo Onde Não Devia
Peguei minha caixa de ferramenta enferrujada e fui fuçar:
- Primeiro vi a bateria – parecia mais velha que eu, cheia de ácido vazando
- Testei os cabos com uma chave de fenda – faísca fraquinha, quase nada
- Abri o filtro de combustível… MEU DEUS! Tudo preto, parecia mingau de carvão
- Olhei a velha vela de ignição – a ponta tava erodida, cor de café queimado
Aí eu pensei: “Pronto. Vou ter que vender um rim pra pagar mecânico”. Mas o interiorano teimoso falou mais alto.
O Jeitinho Caipira
Fiz o que qualquer louco faria:
- Peguei garrafa PET velha e fiz um filtro novo com meia-calça da Maricota (ela quase me matou depois)
- Limpei o carburador com gasolina e um pincel velho de pintar parede
- Coloquei cola epóxi na vela zuada – não resolveu nada, mas pelo menos tentei
- Gambiarras os cabos da bateria com arame farpado (sim, quase peguei fogo no galpão)
O Milagre Aconteceu
Depois de três horas suando igual cavalo de corrida, dei a última chave só pra desencargo. O Michel Trator deu um ronco que assustou até as galinhas. Começou a cuspir fumaça preta que parecia vulcão! Mas TÁ FUNCIONANDO! Fiquei pulando que nem criança quando ouvi aquele barulho lindo do motor falhando mas pegando.
Moraleja? Às vezes cê gasta rios de dinheiro com ferramenta top, curso na internet, manual bonito. Mas no sufoco, é a gambiarra honesta que te salva. E sabe o melhor? A lavoura tá capinada e esse trator veio de graça do antigo dono. Michel, te amo, seu velho capenga. Nunca te cobrei um real.