Olha, vou te contar uma coisa sobre essa Páscoa que passou. Meu neto, sabe como é criança, né? Ciscou que queria um ovo de Páscoa da NBA. Não era qualquer um, tinha que ser da NBA. Aí você pensa: “Fácil, hoje em dia tem de tudo”. Que nada!
Lá fui eu, na missão. Rodei supermercado, loja de departamento, lojinha de doce… Encontrei ovo de tudo quanto é personagem, de filme, de desenho, até de time de futebol daqui, mas da tal NBA? Cadê? O máximo que achei foi um com bola de basquete genérica, sem logo, sem nada. Fiquei até meio bravo, sabe? Poxa, tanta coisa importada, tanta marca famosa, e justo isso não tinha.
Comecei a pensar: “Será que não vende mais? Será que é coisa de nicho demais?”. Lembrei da minha época, Páscoa era ovo simples, chocolate ao leite, talvez um brinquedinho dentro, e a gente ficava feliz da vida. Hoje parece que tem que ser tudo temático, específico. Enfim, resmunguei um pouco sozinho no corredor do mercado.
Aí me veio a ideia, meio maluca, confesso. Pensei: “Quer saber? Se não tem pra comprar, eu mesmo vou tentar fazer!”. Nunca tinha feito ovo de Páscoa na vida, só via minha mãe fazendo quando eu era pequeno. Mas a vontade de ver a cara do moleque feliz falou mais alto.
A Saga da Fabricação Caseira
Primeiro passo: comprar o material. Chocolate de boa qualidade, porque né, tem que ser gostoso pelo menos. Achei umas formas de ovo, daquelas de plástico mesmo, tamanho médio. O problema maior seria a decoração da NBA.
Pensei em imprimir um logo, colar por fora, mas achei que ia ficar feio, meio gambiarra. Tentei achar confeito de estrelinha, de bola, mas nada que lembrasse basquete. A solução que encontrei foi comprar umas canetinhas de confeiteiro, com tinta comestível. Pensei: “Desenho uma bola laranja e escrevo NBA, pronto!”. Hahaha, que inocência.
Derreter o chocolate foi a parte mais tensa. Sujei o fogão todo, quase queimei o negócio. Depois, colocar na forma, levar pra gelar, desenformar… Uma trabalheira! A primeira casca quebrou toda na hora de tirar. Respirei fundo e tentei de novo. Deu certo na segunda.
Aí veio a “arte”. Peguei a canetinha laranja… meu amigo, que dificuldade! Minha mão tremia mais que vara verde. O círculo da bola ficou torto, a cor não ficou aquele laranja vivo da NBA. Tentei escrever “NBA” com a canetinha preta. Ficou parecendo letra de criança pequena aprendendo a escrever. Um desastre artístico, pra ser sincero.
Recheei com uns bombons que comprei pronto, fechei as duas metades (outra luta, mais sujeira) e embrulhei num papel celofane transparente pra dar pra ver minha “obra de arte”.
O Resultado Final
Olha, não ficou bonito igual aos da loja, nem de longe. Ficou um ovo meio torto, com um desenho que só com muita boa vontade lembrava basquete. Mas quer saber? Quando entreguei pro meu neto, expliquei que não achei o da loja e que eu mesmo tinha feito pra ele… O olho do guri brilhou!
Ele achou o máximo ter um ovo que o vô fez. Nem ligou que o desenho tava feio. Comeu o chocolate todo feliz da vida. No fim, deu um trabalhão danado, sujei a cozinha inteira, quase desisti umas cinco vezes. Mas ver a reação dele… valeu cada segundo. Às vezes, a gente se preocupa tanto em comprar a coisa perfeita, a marca da moda, e esquece que o esforço, o carinho de fazer algo pra alguém, conta muito mais, né?
Moral da história: ovo da NBA pode até ser difícil de achar, mas a gente sempre dá um jeito. E o feito em casa, mesmo tortinho, teve um gostinho especial.