Comecei a estudar isso quando percebi que sempre perdia posição nas curvas durante as corridas de moto. Meus amigos me chamavam de “lento nas curvas” e isso tava me enchendo o saco. Resolvi encarar esse desafio de frente.

A bagunça inicial
Na primeira tentativa, foi um desastre total. Cheguei na curva a 200km/h, empacotei tudo e quase voei pra fora da pista. Meu instrutor gritou no rádio: “Você tá freando como se tivesse um buraco negro na frente, relaxa!”. Aí entendi que tava tratando cada curva como se fosse uma parede de tijolos.
Decidi quebrar o problema em pedaços menores:
- Primeiro: Treinei só a entrada da curva, repetindo um milhão de vezes com velocidade baixa
- Segundo: Gravei minhas linhas com uma GoPro pra ver onde tava errando
- Terceiro: Fiquei enchendo o saco dos pilotos mais experientes no paddock
O pulo do gato
A grande virada veio quando um veterano me mostrou um truque idiota de simples: “Olha pra saída da curva ANTES de entrar nela, não pro chão na sua frente!”. Parece bobo, mas faz uma diferença do caramba. Quando você fixa o olho onde quer chegar, o corpo automaticamente ajusta o resto.
Outra coisa que mudou tudo foi aprender a dosar o acelerador:
- Na entrada: Acelerador fechado (mas sem pânico)
- No ponto de virada: Alivia o freio devagarinho
- Apontando pra saída: Gás progressivo como se tivesse apertando uma laranja
Testando na raia
Coloquei em prática no autódromo de Interlagos. Primeiras voltas foi tenso, parecia que a moto ia me engolir. Mas quando peguei o ritmo, nossa senhora! A curva 8 que antes fazia a 90km/h passei a 115km/h. Até o cheiro de pneu queimado mudou – em vez de cheiro de borracha derretida, tava aquele cheirinho gostoso de borracha quente trabalhando.

A melhor parte foi quando um amigo tentou me passar na curva e não conseguiu. O cara veio depois me perguntando: “Que mágica você fez aí, seu maluco?”. Fiquei me achando o máximo, mas claro que não falei todos os meus segredos!
Hoje tô muito mais confiante nas curvas. Não é que eu vir o Marc Márquez, mas pelo menos não sou mais o “tartaruga das curvas”. O negócio é treinar até virar natural, igual andar de bicicleta. Quando menos esperar, seu corpo já tá fazendo tudo automaticamente!