Cara, falar de “pureza no vôlei” me lembra uma época… uns anos atrás, eu e uma galera começamos a bater uma bola na quadra do bairro, sabe? Sem pretensão nenhuma, só pela resenha mesmo.

No começo, era isso aí: pura diversão. A gente chegava, dividia os times na hora, sem essa de “ah, fulano joga melhor”. Jogava quem tava lá. Se a bola ia pra fora, a gente ria. Se alguém errava um saque bisonho, era motivo de piada pro resto do dia. Era leve, sabe? A gente jogava descalço, suava pra caramba, e depois sentava na mureta pra conversar fiado. Isso pra mim era o espírito da coisa, a tal “pureza”.
Aí o negócio começou a mudar…
Do nada, começou a aparecer gente diferente. Uma turma que já jogava mais “certinho”, em campeonato amador e tal. No início, beleza, mais gente pra jogar. Só que aí o clima foi pesando.
- Começaram as reclamações: “Dois toques!”, “Levou!”, “Essa bola foi dentro!”.
- A galera que errava saque já não achava graça da zoeira, ficava emburrada.
- Começou a ter “panelinha” pra montar time.
- De repente, tinha gente discutindo feio por causa de ponto em jogo que não valia NADA.
Putz, aquilo foi me dando um bode… Aquele ambiente leve, de amizade, foi sumindo. Virou uma competição meio chata, uma obrigação quase. Perdeu a graça pra mim. Parecia que o objetivo não era mais se divertir junto, mas sim “ganhar” ou mostrar que era melhor que o outro.
Lembro de um dia que um cara quase saiu na mão com outro por causa de uma bola duvidosa. Ali eu pensei: “Cadê aquela pureza do começo?” Sumiu, evaporou. Virou outra coisa.
Acabei me afastando dessa turma. Fui procurar outros lugares, jogar com gente que ainda tinha aquele espírito inicial, de jogar pela alegria de jogar. É difícil manter as coisas simples, né? Parece que tudo hoje tem que ter uma competição, uma pressão em cima.

Hoje em dia, quando penso em “pureza no vôlei”, lembro daquele começo lá atrás. Da simplicidade, da risada, do jogo pelo jogo. Era bom demais. Pena que às vezes a gente complica as coisas mais simples.