E aí, pessoal! Hoje eu queria bater um papo sobre uma coisa que sempre me deixou com a pulga atrás da orelha: a tal da altura das jogadoras de vôlei. A gente liga a TV, vê aqueles mulherões na quadra e já pensa: “nossa, tem que ser gigante pra jogar isso aí!”. E olha, vou te dizer, por um tempo eu também pensava assim, até que a vida, ou melhor, uma experiência bem particular, me mostrou que o buraco é um pouco mais embaixo.
Minha “Investigação” na Marra
Não foi nada científico, não fui atrás de tabelas mirabolantes nem nada disso. Minha “pesquisa” foi mais na base da observação e, digamos, de um certo perrengue que passei. Teve uma época, uns anos atrás, que me meti a ajudar num time de vôlei feminino aqui do bairro. Coisa amadora, sabe? Mas a paixão era grande, tanto das meninas quanto da pequena comissão técnica da qual eu, sem querer querendo, acabei fazendo parte.
E foi aí que a coisa pegou. Tinha um sujeito lá, que se achava o “descobridor de talentos”, que tinha uma fixação quase doentia por altura. Pra ele, se a menina não batesse ali no 1,80m pra cima, podia ter o talento que fosse, não servia. Eu lembro de cada discussão! Chegava uma menina mais baixa, mas com uma agilidade incrível, uma defesa que parecia um polvo, e o cara nem olhava direito. “Muito baixa, não vai bloquear nada”, ele resmungava. Eu ficava doido!
Eu tentava argumentar: “Mas fulano, você viu o salto dela? Viu como ela cobre a quadra? E a líbero, precisa ser alta pra quê?”. Que nada! Ele montou um time só com as “torres gêmeas” dele. E o resultado? Ah, meus amigos… era cada surra que o time levava! Faltava agilidade, a recepção era um desastre, e as levantadoras, coitadas, não faziam milagre com passes ruins. Foi um aprendizado doloroso, principalmente para as meninas que eram preteridas só pela régua.
Lembro de uma garota específica, devia ter uns 1,68m, mas era um foguete. Pulava muito, tinha uma visão de jogo espetacular pra idade dela. Foi dispensada sumariamente. Anos depois, encontrei ela jogando num time universitário de bom nível, super feliz e se destacando. Enquanto isso, o “time das gigantes” do meu bairro? Bom, acho que nem existe mais.
O Que Eu Realmente Aprendi com Isso Tudo
Depois dessa experiência toda, minha visão sobre altura no vôlei mudou completamente. Claro que ser alta ajuda, e muito, principalmente em posições como central e oposta, na hora do bloqueio e do ataque. Ninguém aqui é maluco de negar o óbvio. Mas o que eu vi na prática é que:
- Vôlei não é só ataque e bloqueio: Tem defesa, tem passe, tem levantamento, tem saque. E pra muitas dessas funções, agilidade, tempo de bola e técnica são muito mais cruciais que centímetros a mais.
- A líbero é a prova viva: Geralmente são as jogadoras mais baixas do time, e são fundamentais! Uma boa líbero salva o time.
- Inteligência tática e garra: Já vi muita jogadora não tão alta compensar com uma leitura de jogo impecável, antecipação e uma vontade de vencer que contagiava.
- Biomecânica e salto: Tem jogadora que não é um poste, mas tem uma impulsão que coloca muita grandona no chinelo. O alcance no ataque é o que importa, não só a altura estática.
Então, o que eu tiro de lição e gosto de compartilhar é: altura é uma ferramenta, não o jogo inteiro. Um time equilibrado, com jogadoras que se complementam, com técnica apurada e, acima de tudo, com muita paixão pelo que fazem, vai muito mais longe do que um amontoado de gente alta batendo cabeça.
Por isso, hoje quando assisto a um jogo, meu olhar vai além da fita métrica. Eu procuro ver a habilidade, a inteligência em quadra, a dedicação. E é muito mais gratificante, pode apostar! Foi uma lição que aprendi na prática, e que carrego comigo até hoje.