E aí, pessoal! Hoje eu quero compartilhar com vocês um pouco da minha saga, ou melhor, da minha prática quase diária, pra tentar adivinhar como vão estar as ondas lá pras bandas de Ubatuba. Não é moleza não, viu? Mas a gente que é fissurado acaba virando meio meteorologista amador.

O Começo de Tudo: A Ideia Fixa de Surfar
Tudo geralmente começa na noite anterior, ou até uns dois dias antes, quando aquela vontade de cair no mar aperta. Aí já sabe, né? A cabeça já começa a maquinar: “Será que vai dar onda boa no fim de semana? Qual praia vai estar melhor?”. É quase uma coceira que não para enquanto a gente não tem uma resposta.
Primeiro passo: Abrindo os Aplicativos e Sites
A primeira coisa que eu faço, religiosamente, é pegar o celular ou sentar na frente do computador e abrir todos os sites e aplicativos de previsão que eu conheço. Windguru, Surfguru, Surfline, e por aí vai. Eu não confio em um só, não. Gosto de comparar, ver se as informações batem. Olho a altura da ondulação, o período, a direção do vento, a direção do swell… uma pá de coisa.
- Vejo se o vento vai estar de terral, que é o sonho de consumo.
- Confiro a maré, porque tem pico em Ubatuba que só funciona na maré certa. Se errar isso, já era.
- Dou aquela analisada no tamanho das ondas, pra ver se não tá nem muito grande pra mim, nem flat demais.
Passo um bom tempo nisso, fazendo minhas anotações mentais. Às vezes, um site diz que vai estar épico, outro diz que vai estar mais ou menos. Aí a gente já fica com aquela pulga atrás da orelha.
A Fase da Investigação Mais a Fundo
Depois dessa primeira olhada mais geral, eu começo a refinar a busca. Se eu já tenho uma praia em mente, tipo Itamambuca, Félix, ou Praia Grande, eu foco a previsão especificamente praquele lugar. Alguns apps até mostram a previsão hora a hora, o que ajuda bastante a planejar o bate e volta.
Ligar para os Amigos Locais: A Informação Quente
Essa parte é crucial e muitas vezes é o que define se eu vou ou não. Eu tenho uns amigos que moram por lá, ou que são caiçaras mesmo. Mando uma mensagem, dou uma ligada: “E aí, fulano, como é que tá o mar por aí? A previsão tá batendo?”. Não tem nada como a informação de quem tá lá, sentindo o vento na cara e vendo as ondas quebrarem. Muitas vezes eles dão aquela dica de ouro, tipo “aqui na praia X tá ruim, mas corre pra Y que tá show!”.
Lembro uma vez que os gráficos estavam todos confusos, nada parecia bom. Liguei pra um brother em Ubatumirim e ele falou: “Cara, pode vir que tá pequeno, mas tá lisinho, perfeito pra relaxar”. Fui na confiança dele e peguei um dia clássico, sem crowd, solzão. Se dependesse só do app, tinha ficado em casa.
A Decisão e os Preparativos
Com todas essas informações na mão – dos apps, dos sites, dos amigos – aí sim eu começo a tomar uma decisão. Se a maioria dos sinais aponta pra condições boas, aí a animação toma conta.
Arrumando a Tralha e Pegando a Estrada
Aí é aquela correria gostosa: separar a prancha, parafina, leash, roupa de borracha (se estiver frio), colocar um lanche na mochila. Já deixo tudo meio no jeito pra não perder tempo. Se a decisão for de madrugada, é pular da cama, pegar as coisas e zarpar.
E mesmo com todo esse ritual, confesso que já cheguei em Ubatuba várias vezes e o mar estava completamente diferente do previsto. Faz parte, né? A natureza tem suas próprias vontades. Mas o processo de tentar adivinhar, de planejar, já é uma parte da diversão pra mim. É como montar um quebra-cabeça.
Então é isso, essa é a minha rotina básica pra tentar prever as ondas em Ubatuba. É um misto de tecnologia com conhecimento prático e uma boa dose de sorte. E no final, o importante é estar na água, mesmo que as ondas não estejam perfeitas. Valeu!