Todo mundo sabe que torcer é arte, né? Meu negócio é experiência própria, então senta que lá vem história. Foi assim que eu virei um torcedor hardcore da Seleção Paraguaia.
Primeiro, cai na real que não basta só gritar “gol”. Tive que botar a mão na massa. Decidi que precisava arrumar a identidade primeiro. Fui atrás da camisa oficial, porque não tem jeito, tem que vestir a pele. Quando coloquei aquele vermelho listrado pela primeira vez… putz, senti até frio na barriga. Nem me importei se era original ou réplica – o que vale é representar!
Aprendendo a Ser Paraguayo Hasta La Muerte
Daí veio a parte mais embaçada:
- Tranquei a cara e comecei a pesquisar aqueles hinos tradicionais que a galera canta. Ouvia vídeos de torcida antiga no talo, repetindo como um maluco. Até no chuveiro eu tava gritando “¡Vamos Paraguay carajooo!” Minha mulher quase me internou.
- Mandei a real pros amigos: “Esquece o churrasco padrão brasileiro, agora é asado com chipa“. Comprei uma marmita térmica gigante só pra isso. Queimei a primeira leva de carne? Claro. Mas na terceira tentativa saiu um churrasquinho paraguaio digno, com direito a palmas da vizinhança.
- A parte mais engraçada foi ensaiar os gritos. Reuni uns três malucos dispostos no condomínio pra tentar sincronizar os “¡Dale Albirroja!”. O porteiro olhava achando que a gente tinha ido de Fanta Uva… mas no terceiro domingo, já tínhamos eco na quadra.
O Dia Que Virou Sério
Tava tudo indo bem até chegar a primeira partida importante. Comprei uma bandeira gigante, quase do tamanho da sala. Na hora de pendurar no varal… descobri que o Paraguai tem três listras vermelhas e não duas. Juro que quase chorei. Tirei tudo e refiz no atacado com pano vermelho novo, só pra ficar perfeito.
Quando botamos os vídeos pra tocar e sentamos pra assistir ao jogo, deu um clique na cabeça. Não era mais um role aleatório. Ver aquela galera que eu convenci a torcer pulando igual louca quando o gol saiu? Arrepiei até no pé. Foi quando caiu a ficha que torcer de verdade não é sobre quantidade – é sobre sua galera dar sangue junto como um pulmão só.
Porra, depois que você passa raiva pra aprender hino em espanhol, queima carne e escuta piada de porteiro… vira coisa séria. Hoje qualquer um pode ser brasileiro e torcer pelo Paraguai – desde que esteja disposto a colocar o peito pra cantar até arrancar a garganta. E olha que ainda erro metade das palavras nos gritos, mas o espírito tá lá.