Então, gente, hoje vou contar como foi a minha aventura com o tal do ‘sub17’. Na verdade, era pra arrumar um radinho velho que tenho aqui em casa, sabe? Daqueles de pilha ainda. Parou de pegar direito, ficava um chiado danado.

Primeira coisa, né, foi abrir o bicho. Com cuidado pra não quebrar nada, que plástico velho já viu como é. Peguei minhas chavezinhas Phillips, aquelas pequenas, e fui tirando os parafusos devagarinho.
Lá dentro, aquela placa cheia de pecinhas. Fui olhando, procurando algo estourado, queimado, alguma coisa fora do lugar. Nada muito óbvio de cara. Aí lembrei que um amigo tinha comentado uma vez que uns capacitores davam muito problema nesses rádios antigos. Olhei a placa com mais atenção, bem de perto, e vi um componente específico, marcado como C17 na placa, que parecia meio estufado na parte de cima. Pensei comigo: ‘Hum, deve ser esse aqui o culpado!’
Preparando a troca
Pra fazer essa substituição, eu precisei separar algumas coisas:
- Meu ferro de solda (o coitado já tá velhinho, mas ainda quebra um galho)
- Um sugador de solda (essencial pra limpar a área)
- Um rolinho de estanho
- O capacitor novo (esse foi um pouco chato de achar com os valores certinhos de voltagem e capacitância, precisei ir numa loja de eletrônica mais especializada lá no centro)
- Um alicatinho de bico fino (sempre útil pra segurar ou dobrar as perninhas dos componentes)
Separei tudo na minha bancada improvisada lá na garagem, pra ter espaço e não sujar dentro de casa.
Mão na massa: A substituição
Liguei o ferro de solda e esperei esquentar bem. O primeiro passo era tirar o capacitor velho, o C17 estufado. Virei a placa e achei os dois pontos de solda onde as perninhas dele estavam presas. Encostei a ponta do ferro ali e, assim que a solda derreteu, usei o sugador pra puxar ela rapidinho. Confesso que a solda antiga tava meio teimosa, precisei esquentar umas duas vezes em cada ponto, mas com um pouco de paciência, consegui limpar os furos.

Com os terminais livres, puxei o capacitor C17 velho pra fora. Saiu fácil. Peguei o capacitor novo. Uma coisa muito importante: esses capacitores têm lado certo pra ligar, a tal da polaridade. Tem um lado positivo (+) e um negativo (-). Olhei bem na placa onde estava marcado o negativo (geralmente uma faixa ou um símbolo) e encaixei as perninhas do capacitor novo do jeito certo nos furos.
Com ele no lugar, virei a placa de novo e chegou a hora de soldar. Encostei a ponta do ferro de solda no terminal do capacitor e na ‘ilha’ de metal da placa ao mesmo tempo, pra aquecer os dois juntos. Deixei esquentar só um pouquinho e aí encostei a ponta do estanho. Foi só um pinguinho de solda em cada terminal, o suficiente pra fazer uma conexão brilhante e firme. Não pode exagerar na solda, senão pode acabar criando um curto-circuito com alguma outra coisa perto.
Depois de soldado, dei aquela olhada final bem de perto pra ter certeza que a solda ficou boa e que não tinha ficado nenhuma ‘ponte’ de solda ligando os dois terminais entre si ou com alguma trilha vizinha na placa.
Olha, não vou mentir, deu um certo trabalhinho. Achar o capacitor com os valores exatos foi uma pequena missão. E na hora de tirar o componente velho, quase queimei o dedo no ferro de solda por distração. Tem que ter cuidado e paciência nessas horas, senão a chance de estragar mais do que consertar é grande.
O resultado final
Depois de tudo soldado e conferido umas três vezes, montei o rádio de novo, encaixando a placa no lugar e colocando a tampa traseira com os parafusos. Coloquei as pilhas, respirei fundo, cruzei os dedos e apertei o botão de ligar.

E não é que o danado do rádio voltou a funcionar direitinho? Liguei, sintonizei uma estação e o som saiu limpinho, sem aquele chiado chato de antes! Pegando as rádios AM e FM beleza.
Foi uma trabalheira danada por causa de uma pecinha que custou centavos, literalmente. Mas a satisfação de ter conseguido consertar o aparelho com as minhas próprias mãos, isso aí não tem preço. Esse foi o meu registro da prática ‘sub17’. Uma coisinha simples, mas que valeu muito a pena no final.