Comecei o teste cedo
Acordei com vontade de resolver uma dúvida que martela na cabeça de todo goleiro: como melhorar as defesas difíceis sem inventar moda? Peguei minhas luvas velhas, uma bola meio murcha e fui pro quintal. Tinha três ideias na mente que sempre ouvi nos campos:

Primeiro método: Rebater a bola na parede
Coloquei um pedaço de fita pra marcar um quadrado no muro, tipo aqueles cantos que o juiz nunca marca direito. Fiquei a uns dois passos de distância e comecei a chutar forte contra a marcação. O negócio é tentar rebater com as duas mãos sempre, igual frango assando no forno – virando pra um lado, pro outro, agachando. Nos primeiros minutos, a bola escapou três vezes e fui catar no pé do limoeiro. Depois de meia hora, os pulsos começaram a arder mas percebi: quando mirar exatamente no meio da bola, ela não fica pulando igual pipoca.
Segunda tentativa: Defesa rápida no chão
Arranjei dois tijolos velhos como traves minúsculas e deitei um colchonete de academia no chão. A ideia era simular aqueles chutes rasteiros que chegam sorrateiros. Chutei a bola devagar pro canto, dei um salto de lado e caí de peito aberto igual avestruz desengonçado. Nos primeiros cinco, errei feio – a bola passou debaixo do braço como água. Foi quando lembrei do velho truque: colocar o corpo inteiro atrás da bola, não só as mãos. Fechei os olhes e imaginei que o tijolo era o Richarlison correndo. Surpresa: quando encaixei o ombro antes das mãos, a parada ficou mais firme!
- Erro burro: esquecer de girar o corpo inteiro
- Acerto: apoiar o cotovelo no chão pra não escorregar
- Descoberta: gritar “EU VOU!” antes de pular ajuda o reflexo (sério!)
Terceira rodada: Pegadas altas com ajuda
Chamei meu sobrinho Pedro pra jogar a bola por cima da minha cabeça, igual treinador faz. O mlk tem 10 anos mas chuta com raiva de quem perdeu o videogame. Combinamos: ele aponta pra onde vai lançar antes de jogar. Primeiro foi meio óbvio – olhei pra mão dele e já sabia o destino. Daí inventamos de ele fingir que ia pro lado esquerdo e jogar pro direito. Nossa Senhora! As primeiras cruzadas foram vexame puro, parecia galinha tentando voar. Até que notei um detalhe: quando dobramos os joelhos antes do pulo, dá tempo de ajustar as mãos em garra. No final, Pedro gritou “Tio! Tu virou um guaxinim!” – porque consegui agarrar duas bolas seguidas que ele jurou que iam entrar.
Terminei o dia com os dedos inchados de tanto bater na parede, mas anotei o essencial:
- Treino de parede é bom mas cansa os pulsos rápido – melhor fazer poucos minutos todo dia
- Defesa no chão melhora MUITO quando você “abraça” o chão antes da bola chegar
- Treino com ajudante enganador é o que mais funciona pra jogadas inesperadas
Agora tô aqui escrevendo com uma bolsa de gelo na mão direita, mas puta que pariu: pela primeira vez senti que minha mão esquerda reagiu sozinha num cruzamento! Amanhã volto a testar – prometo contar se descobrir mais algum macete.