Ah, 2012… Que ano, hein? Lembro como se fosse ontem. Não só das Olimpíadas, mas de toda a correria que minha vida estava naquela época. Estava terminando um projeto gigante no trabalho, uma pressão danada, sabe? Dormia pouco, comia mal. Parecia que tudo estava meio fora do eixo.
E aí, no meio daquele caos todo, começaram as Olimpíadas de Londres. Confesso que no começo nem dei muita bola, estava focado demais nos meus problemas. Mas aí, comecei a pegar um jogo ou outro do vôlei feminino. Primeiro meio sem querer, zapeando a TV pra espairecer um pouco.
Lembro direitinho: ligava a TV antiga que tinha na sala, aquela de tubo ainda, sentava no sofá já cansado e ficava ali, assistindo. Aos poucos, fui entrando no clima. Aquele time do Brasil começou meio capenga, né? Perdendo uns jogos, aquela tensão no ar. Parecia até um espelho da minha própria fase, cheia de incerteza.
A Virada de Chave
Teve um jogo, acho que foi contra a Rússia, nas quartas… Meu Deus! Que sufoco! Lembro de ficar andando de um lado pro outro na sala. Cada ponto era uma agonia. Minha esposa até brigou comigo, mandou eu sentar quieto. Mas não dava! Aquilo ali foi o ponto de virada, pra elas e pra mim também, de certa forma.
Quando elas salvaram aqueles match points todos e viraram o jogo, foi uma coisa de louco. Gritei sozinho na sala como se fosse gol em final de Copa do Mundo. Aquilo me deu um ânimo, uma sensação de que, por mais difícil que estivesse, dava pra virar o jogo.
Aí veio a semifinal, depois a grande final contra os Estados Unidos. Eu já estava totalmente fisgado. No dia da final, organizei minha vida pra poder assistir em paz. Fiz até pipoca!
O primeiro set foi aquele baque, né? Perdemos. Pensei: “Ih, rapaz, será?”. Mas aí o time encaixou. Jogaram com uma raça, uma vontade… Sheilla, Jaqueline, Fabiana, Dani Lins… Todas elas pareciam gigantes em quadra. Cada bloqueio, cada defesa, cada ataque… eu vibrava junto.
O último ponto foi inesquecível. A bola caindo, a comemoração delas, a festa… Senti um alívio tão grande, uma alegria que extrapolou o esporte. Parecia que aquela vitória delas era um pouco minha também. Deu uma força extra pra encarar meus próprios desafios ali do trabalho e da vida.
Até hoje, quando lembro de 2012, não penso só na trabalheira que passei. Penso muito naquela final de vôlei. Virou uma memória forte, daquelas que mostram que, mesmo quando tudo parece perdido, tem sempre chance de lutar e virar o placar. Foi mais que assistir a um jogo, foi uma lição que levei pra vida.